terça-feira, 10 de janeiro de 2012

POESIA NA PRAÇA SETE 5ª EDIÇÃO – PRIMEIRA FASE

A poesia esteve novamente nas ruas, na boca do povo, democraticamente servida para todos os que passam nas manhãs e comecinho da tarde de sábado na Praça Sete de Setembro, no coração da capital de Minas Gerais. “Poesia na Praça Sete” voltou em sua 5ª Edição, dias 27\08, 03\09 e 10\09 de 2011. Os textos assinados pelo poeta, jornalista e escritor Carlos Ramalho resume com sensibilidade, como foram essas apresentações .

POESIA NA PRAÇA SETE – 27/08/2011

Por Carlos Ramalho

Poesia é vida. Poesia é viver. Poesia é sentimento. Poesia é compartilhar palavras em suas mais diversas formas, conotações e entonações. Mas Poesia é principalmente gerar reflexão sobre temas e cenas diversas.
E é justamente dentro do contexto acima que aconteceu hoje no espaço mais democrático de Belo Horizonte (a Praça Sete de Setembro), o primeiro dos três eventos do Projeto Poesia na Praça Sete, já em sua 5ª edição.
O evento foi aberto pela sempre empolgante Graça Faisão que após breves considerações repassou a palavra ao Poeta Rogério Salgado que de forma brilhante e sucinta enalteceu a importância do Projeto no tocante ao espaço poético democrático ali instaurado.
Na primeira hora do evento houve apresentação do Grupo Engenho Sonora que agitou o público presente. Posteriormente se apresentaram o Poeta Manoel Barbosa, a Poetisa Nívea Reis e o poeta, cantor e compositor Regis D´Almeida que emocionou os presentes interpretando a música tema do Projeto na Praça.
A participação do público era notória e transitória. Os transeuntes que por ali passavam, paravam por alguns minutos e atentos acompanhavam o desenvolver do evento. Alias, é interessante o simples fato de imaginar que por aquele local transitam todos os dias, histórias de fracassos e sucessos, que narram um verdadeiro e singelo enredo poético prático da vida no melhor estilo como ela é.
Um dos momentos mais marcantes foi sem sombra de dúvida a aula pública de poesia com a Educadora Social e também organizadora do Projeto Poesia na Praça, a Poetisa Virgilene Araujo que no decorrer de sua fala enfatizou que através da Poesia é possível se expressar no tocante a contribuir para um mundo mais reflexivo, humano e melhor. A poetisa, através desta fala, abriu espaço para que o público presente pudesse participar e se manifestar poeticamente.
A timidez aos poucos foi sendo posta de lado e diversas pessoas venceram a barreira do constrangimento e manifestaram o desejo de participar. Três performances foram marcantes.
A primeira foi Dona Alaíde. Uma humilde senhora, aparentemente nada letrada no tocante a ter freqüentado os bancos escolares, porém um exemplo prático de vida. Cabisbaixa subiu ao palco e contou um pouco de sua sofrida trajetória de vida. Antes de finalizar sua participação pediu licença a todos os presentes para cantar um Cordel em forma de música. O reconhecimento foi imediato. Dona Alaíde foi muita aplaudida por todos que acompanhavam sua humilde, porém memorável performance.
A segunda foi um rapaz que trajava roupa preta que assentou se de cabeça baixa e declamou uma profunda poesia. O rapaz se mostrou muito tímido de tal sorte era pouco falante, mas marcou a todos os presentes.
A terceira foi de um rapaz que em conjunto outras duas pessoas, escreveram uma poesia, ali, de momento, tão somente para participar do evento.
Participaram também diversos poetas e poetisas, dentre os quais: Bilá Bernardes, Luiz Gonzaga Marcelino.
Virgilene agradeceu a todos pela participação e repassou a palavra para o Poeta Rogério Salgado que interagiu com o público contando acerca de grandes nomes da Música Popular Brasileira e como surgiram algumas das mais belas canções do cancioneiro popular.
Finalizando o evento com chave de ouro Graça Faisão agradeceu presença de todos, convidando-os para que retornassem no sábado seguinte, dia 03/09 para mais uma etapa do Projeto. Logo após convidou o Grupo Engenho Sonora para que apresentassem mais um número musical.

Fotos: Carlos Ramalho












POESIA NA PRAÇA SETE – 03/09/2011

Por Carlos Ramalho


Palco das mais diversas manifestações políticas e culturais de Belo Horizonte, a Praça Sete de Setembro é sinônimo de diversidade democrática. Sua autenticidade se estabelece e se renova diariamente através do ir e vir de pessoas que por ali desfilam seus encantos e desencantos; encontros e desencontros; tipos e estilos. Uma praça coração de mãe, que ali exposta em suas mais diversas formas, esta sempre aberta a acolher quem quer que seja.
Tendo por testemunha o imponente Obelisco e os olhares acolhedores e atentos das pessoas que ali se encontravam Graça Faisão com seu brilhantismo de sempre, declarou aberta mais uma rodada do Projeto “Poesia na Praça Sete”. Era mais uma tarde poética democrática em Belo Horizonte.
Após a abertura solene, o poeta e um dos idealizadores do Projeto Rogério Salgado foi convidado a fazer uma saudação a todos os presentes. Com seu sempre carisma e atitude declamou a poesia tema que da nome ao Projeto.
Rogério Salgado mencionou que o Projeto Poesia na Praça Sete é realizado para estimular a poesia na vida das pessoas e que é gratificante perceber que às vezes a pequena contribuição poética literária extrapola as barreiras da Capital. Disto isto, convidou o Jornalista e Presidente da Federação Brasileira de Alternativos Culturais, de São Paulo, Arlindo Nóbrega, para uma breve saudação aos presentes.
O Jornalista Arlindo Nóbrega parabenizou a organização do evento, e mencionou que “quando se trata de poesia, Belo Horizonte se encontra na vanguarda em relação aos demais estados Brasileiros”. Após a fala do Jornalista, Graça Faisão introduziu a participação do poeta Luiz Gonzaga Marcelino, primeiro convidado do dia a se apresentar.
Marcelino iniciou dizendo estar muito feliz em participar do evento e que estava lançando ali, naquele dia, o show precursor de paz e amor. O poeta brindou o público com poesias diversas, inclusive a que denominou de ”Viagem a Belo Horizonte”. Um passeio por bairros e lugares da capital mineira.
O segundo convidado do dia foi Victor Óliver que iniciou sua fala dizendo-se poeta iniciante e que só passou a dar mais atenção à poesia, após ter participado da Oficina de Poesia ministrada por Rogério Salgado e Virgilene Araújo. Os presentes tiveram a oportunidade de apreciar poesias profundas em conteúdo e sentimento. Para finalizar Vitor declamou uma poesia denominada “Praça Sete”, em homenagem ao lugar mais democrático de Belo Horizonte, a Praça Sete.
Dando seqüência ao evento, no mesmo propósito que era levar poesias as pessoas, foram convidados a participar os poetas Vilson Barbosa, Bruno Arabi e a Poetisa Nicy Muniz, carinhosamente chamados de “Grupo Poético da Ophicina Popular de Poesia”, uma vez que, todos eram oriundos da Ophicina Popular.
Na seqüência, Virgilene Araujo introduziu a participação da poetisa Márcia Araújo e após sua fala o poeta Luiz Gonzaga Marcelino retornou para leitura de mais algumas poesias. Agora, fazendo uma viagem por lugares e estabelecimentos renomados de Belo Horizonte. Logo após Rogério Salgado foi homenageado pela Graça, mãe do Poeta Victor Óliver, com a leitura de dois poemas de sua autoria.
A aula prática pública de poesia comandada por Virgilene Araujo é sempre um momento aguardado por todos, pois é a oportunidade em que anônimos se dão a conhecer e muitas vezes eternizam importância do Projeto “Poesia na Praça Sete”. Neste sábado entraram para o roll de participantes do Projeto o Emannuel, Pedro Alvarenga, Hélio Fontes, Fred Blum e Solange Garzon.
Já quase finalizando o evento o poeta Luiz Gonzaga Marcelino retornou para brindar o público com mais três poemas. Ele agradeceu a oportunidade pela participação e presenteou o publico com bombons, sendo (dois) para as mulheres e (hum) para os homens.
Por fim o grupo “Engenho Sonora” se apresentou encerrando o evento com chave de ouro.

Fotos: Carlos Ramalho








POESIA NA PRAÇA SETE – 10/09/2011

Por Carlos Ramalho

Nem mesmo a alta temperatura, cujos relógios registravam 33 graus conseguiu ofuscar o brilhante encerramento da primeira etapa do Projeto “Poesia na Praça Sete – 5ª Edição”. Um verdadeiro encontro cultural de gerações, cujo palco democrático abrigou poetas anônimos e conhecidos que de forma simples e natural, traduziram a essência do evento em sua mais bela forma – a poesia. .
O evento contou mais uma vez com o carisma de Graça Faisão que iniciou o mesmo convidando a todos que por ali passavam para dar uma paradinha e prestigiar os poetas e convidados que ali se apresentariam. Logo após convidou o poeta e idealizador do projeto Rogério Salgado para que saudasse os presentes.
Rogério Salgado, assim como nas edições anteriores iniciou sua fala declamando o poema “Poesia na Praça Sete”, co-produzido em parceria com Virgilene Araujo.

“Palavras jorram nas calçadas
desviam-se dos ralos e
escorrem para a história.
.
Na boca do povo
a comunhão verbal
servida numa ceia
regada a vinho e democracia.”
.
O primeiro convidado do dia foi o poeta Júlio Cesar Teixeira, um autentico militante pela causa da poesia que vem desenvolvendo diversos eventos na região em que reside. Ele brindou o público com a leitura de diversos poemas, dentre eles o muito aplaudido denominado “Dieta”. .
Na seqüência Virgilene Araujo declarou aberta a sempre aguardada “Aula Pública de Poesia” e convidou o poeta Luiz Leite para que fizesse sua apresentação. Luiz por sua vez declamou o belíssimo poema “Cotidiano Interior” de sua autoria. Em seguida, o poeta Manoel Barbosa compartilhou o poema “Desabafo” atraindo à atenção das pessoas presentes, dada a forma teatral utilizada na declamação.
Virgilene Araujo, objetivando estimular anônimos a participarem fez a leitura de um Cordel sobre Ary Barroso e mencionou que o objetivo do Projeto Poesia na Praça Sete era justamente o de revelar talentos. Dando continuidade Virgilene convidou o poeta Luiz Gonzaga Marcelino a ocupar o palco para se apresentar.
Marcelino agradeceu a oportunidade e declamou a poesia “O que é Felicidade”, poesia esta integrante do livro “Poetas En/Cena 5” que reúne poemas de poetas brasileiros participantes da 7ª Edição do Belô Poético – Encontro Nacional de Poesia de Belo Horizonte.
Na seqüência a poetisa Nicy Muniz se apresentou declamando os poemas "Belo Horizonte" e o aplaudido "Eu Sou Valente" este último voltado ao público infantil. Logo após a poetisa Marlene Reis declamou em homenagem a sua falecida mãe D. Generosa o poema “Luz Generosa”. Marlene finalizou desejando muita paz e luz a todos os presentes.
A Aula Pública de Poesia sempre reserva surpresas. E neste sábado não fora diferente. Uma transeunte chamada Miriam parou, observou o movimento, assuntou e decidiu participar cantando uma música de sua autoria intitulada “Soberania”. Ela dedicou a canção ao filho (em gestação) e a todos os presentes.
A poetisa Lili Caetano também abrilhantou a aula pública com sua participação. Ela declamou a poesia “SOS Natureza”.
Outro grande destaque foi sem duvida alguma às rosas brancas que a poetisa Mariju trouxe para ofertar a todos os participantes do dia. “Atualmente está cada vez mais raro atos de gentilezas. Que estas rosas brancas ofertadas pela poetisa Mariju possam representar além da paz que tanto desejamos a certeza de que atos generosos ainda são possíveis”, ressaltou Virgilene Araujo.
Verdade seja dita. O evento foi muito agitado e concorrido. Prova disto foi a participação introduzida pelo poeta Luiz Leite dos militantes do movimento em prol da Escola Bilingue de Surdos. A participante Roberta declamou duas poesias através da Linguagem Brasileira de Sinais - Libras: A primeira foi “Dificuldade de comunicação entre a sociedade e os surdos” e a segunda “Os Numerais”.
Na seqüência a poetisa Nivea Reis participou declamando uma profunda e tocante oração em forma de poesia.
Logo após o poeta e escritor Carlos Ramalho foi convidado por Virgilene Araújo para comentar acerca das crônicas que o mesmo tem produzido e publicado em seu site. Carlos Ramalho por sua vez convidou a todos que estivessem acessando o site www.carlosramalho.com.br para conhecer e divulgar as crônicas e fotos do evento. E fez questão de frisar “estamos contribuindo de forma humildade para levar cultura, poesia e literatura a todos”.
Virgilene Araujo registrou com muita propriedade sobre o Projeto FESTIVALE, evento que acontece em diversas regiões do Vale do Jequitinhonha e que também já revelara grandes nomes do cenário nacional. E na mesma linha de raciocínio mencionou que o “Poesia na Praça Sete” nunca deve ser menosprezado no tocante a sua amplitude de alcance, pois dali também já haviam se despontado grandes nomes no cenário estadual e nacional.
Antes de caminharmos para o fim do evento, o poeta Júlio Cesar Teixeira ainda brindou o público com mais alguns de seus poemas. Logo após se apresentaram as crianças Alice e Marco Túlio declamando a história do Lobisomen, tendo ao fundo os (uivos do lobisomen) na voz e sonoplastia do poeta Marco.
Por fim, fechando o evento com muita pompa e circunstancia se apresentaram o grupo “Tambatuque Gerais” que promoveu uma verdadeira festa arrastando diversas pessoas no rápido mais empolgante cortejo do Rei-Boi-Liço Rosado.
Agora é aguardar a segunda etapa do evento que deverá ocorrer ainda este ano.

Fotos: Carlos Ramalho